Clínica Psicologia Online https://clinicapsicologiaonline.com.br Wed, 22 Sep 2021 18:14:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://clinicapsicologiaonline.com.br/medias/cropped-fav-32x32.png Clínica Psicologia Online https://clinicapsicologiaonline.com.br 32 32 Como lidar com a depressão: aprenda a se cuidar! https://clinicapsicologiaonline.com.br/terapia-individual/como-lidar-com-a-depressao-aprenda-a-se-cuidar/ Thu, 16 Sep 2021 17:10:27 +0000 https://clinicapsicologiaonline.com.br/?p=15396 Como lidar com a depressão: aprenda a se cuidar! Leia mais »

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Diferença entre tristeza e depressão

Depressão é o nome de uma doença mental crônica e exatamente por isso muitas pessoas não admitem que podem estar sentindo os sintomas do que possivelmente as levará a um diagnóstico de depressão.

Algumas pessoas sentem ao longo da vida, sinais de que apresentam quadros depressivos que podem variar em graus, mas vão ignorando e deixando o quadro se agravar.

Como a depressão é uma doença mental, um sintoma de algo que não vai bem com a pessoa, os sintomas podem diminuir de acordo com a fase da vida, mas tendem a voltar em épocas específicas e ser tão impactante que pode haver necessidade, inclusive, de afastamento do trabalho para tratamento da depressão.

Se você perdeu uma pessoa próxima e está em luto, esse período pode ser um tanto triste, mas não necessariamente configura depressão.

A depressão é um estado que se prolonga e que reincide, muitas vezes pode ser sengatilhado por uma perda ou época mais difícil da vida, mas também pode aparecer sem nenhuma causa visível ou aparente.

Diagnóstico da depressão

Se você quer saber como lidar com a depressão: aprenda a ser cuidar, é preciso saber mais sobre o diagnóstico.

O diagnóstico da depressão é realizado por médico psiquiatra de acordo com o relato do paciente e precisa reunir. Para ser diagnosticada com depressão, a pessoa precisa reunir cinco ou mais dos seguintes sintomas:

  • Não ter interesse ou ter pouco interesse em atividades que antes fazia com prazer
  • Dormir muito pouco ou dormir demais
  • Sentir-se triste na maior parte do tempo
  • Agitação ou tremedeira
  • Ideias suicidas
  • Culpa exagerada
  • Alterações de peso e alimentação
  • Dificuldade de concentração
  • Cansaço exagerado

Somente estar triste não é depressão, a doença apresenta uma série de sintomas que aparecem em conjunto. A tristeza da depressão também não costuma ser algo passageiro, que ocorre em um dia específico.

Algumas pessoas costumam relatar a depressão como um sentimento de falta irreparável, um aperto angustiante no peito que faz com que a pessoa não sinta vontade de fazer nada e acabe desistindo de viver.

Tratamento da depressão

Por isso a depressão é tão perigosa: ela causa incapacidade ao indivíduo de viver normalmente e pode levar à morte. É preciso identificar sintomas de depressão, buscar um médico e aliar o tratamento medicamentoso com terapia de boa qualidade.

A intervenção dos remédios para tratamento de depressão funciona como forma imediata de diminuir a crise, mas ele não cura a depressão. Para remissão dos sintomas é necessário encontrar a causa ou os gatilhos que disparam a depressão em cada pessoa.

Por isso o tratamento psicológico é tão importante! Através dele é possível identificar os momentos da vida em que a depressão apareceu, quais são os gatilhos e aprender a se cuidar!

Ainda que não tenha cura, algumas pessoas vivem muito bem e têm vidas bastante produtivas mesmo tendo sido diagnosticadas com depressão profunda em algum momento de suas vidas!

Portanto, se você identificou os sintomas, não hesite em procurar ajuda. Quanto mais tempo levar, mais a doença pode se intensificar e causar incapacidade para realizar tarefas comuns do dia a dia.

Agora que você já leu como lidar com a depressão: aprenda a se cuidar, é importante perder o medo e o preconceito em relação à doença. Pessoas brilhantes podem ter depressão e o tratamento médico e psicológico são fundamentais para lidar com a doença!

 

Fonte: https://www.psicologobelohorizonte.com.br/blog/

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Como aumentar a eficácia do antidepressivo https://clinicapsicologiaonline.com.br/psicologia/como-aumentar-a-eficacia-do-antidepressivo/ Thu, 16 Sep 2021 17:05:10 +0000 https://clinicapsicologiaonline.com.br/?p=15393 Como aumentar a eficácia do antidepressivo Leia mais »

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Chamadas neurotransmissores. Eles desempenham vários papéis no nosso organismo, e um deles está relacionado à produção de sensações e emoções.

No caso da depressão, o neurotransmissor que precisamos conhecer chama se serotonina.

É esta substância a responsável pelas sensações de prazer.

Normalmente a pessoa com depressão produz pouca.

Existe uma carência dela no organismo. E é aqui que o antidepressivo entra em ação.

A serotonina quando é liberada age no sistema nervoso central produzindo bem-estar e boas sensações. Sua liberação ocorre num lugar chamado fenda sináptica.

A sinapse é o local de contato entre os neurônios.

O neurotransmissor, como a serotonina por exemplo, é liberado nesse espaço e começa a fazer o efeito, a produzir as sensações. Cada neurotransmissor do nosso organismo produz um efeito diferente.

Mas devemos considerar que o efeito dessas substâncias no nosso organismo é temporário.

Por exemplo, imagine a seguinte situação: você conheceu uma pessoa maravilhosa e começaram a paquerar.

Um dia seu telefone toca e você reconhece seu número no visor do celular.

Seu coração dispara e você começa a sentir uma série de sensações agradáveis.

Seu organismo nessa hora estará inundado de serotonina.

Agora avance um ano no tempo e vamos te encontrar deitado no sofá da sala sorrindo com extrema felicidade.

Alguém te pergunta:

– Qual a razão de tamanha felicidade?

Você responde:

– Estou assim porque meu amor me ligou…

– E quando foi isso?

– Há um ano!

Por que esse exemplo não é compatível com a realidade?

Porque as nossas sensações e emoções começam e terminam.

Acabam. Desta forma, quando o nosso corpo libera a substância, seu efeito não permanece indefinidamente.

Normalmente a desativação dos neurotransmissores acontece de duas formas diferentes: (1) por recaptação ou (2) por destruição.

O neurônio que libera a serotonina na fenda depois de um tempo a recaptura ou então enzimas produzidas no nosso corpo as destroem.

Considerando que a serotonina é a molécula do prazer, significa que o deprimido produz e libera pouco.

Nesse caso o antidepressivo enviará um comando para seu organismo inibindo a recaptação ou a destruição desse neurotransmissor, possibilitando que seus efeitos se prolonguem no organismo.

Existem antidepressivos que impedem o neurônio de recapturar a serotonina, e existem antidepressivos que impedem que ela seja destruída pelas enzimas.

Os que impedem de recapturar mais conhecidos são: fluvoxamina, sertralina, paroxetina, fluoxetina e citalopram.

Os que impedem que ela seja destruída são os inibidores da MAO, ou monoamina oxidase.

Essa monoamina é um exemplo de enzima que destroe a serotonina.

Então é comum você ver escrito: medicação IMAO, ou seja, inibidores da MAO, da monoamina ou da enzima destruidora.

Agora abordaremos a conclusão mais importante do que foi exposto.

A pílula de antidepressivo não é um comprimido de serotonina.

Não é a pílula da felicidade.

Isso significa que o seu corpo é quem tem que produzir e liberar!

O remédio só irá possibilitar que ela produza seus efeitos por mais tempo.

Então, se você toma um antidepressivo, entra pro seu quarto, apaga a luz e fica olhando para o teto dia após dia, pouca coisa vai mudar no seu humor.

Você não está liberando serotonina!!

Não tem como o remédio impedir a destruição de uma serotonina que não é liberada!

Um parênteses para uma observação interessante.

É exatamente esse o mecanismo de ação do Viagra.

O Viagra é um inibidor da destruição do óxido nítrico.

Essa molécula é responsável pela dilatação dos vasos sanguíneos do pênis.

Quando esses vasos se dilatam, aumenta o fluxo de sangue e acontece a ereção.

A enzima que destrói o óxido nítrico é conhecida como PDE5 (fosfodiesterase tipo 5).

O Viagra inibe a PDE5, a enzima destruidora. Desta forma, o óxido nítrico age por mais tempo e a ereção dura mais.

É muito comum encontrar nos textos que informam sobre o Viagra a observação de que ele atua junto com o estímulo sexual, ou seja, você precisa ser excitado para obter o efeito desejado. É necessário liberar o óxido nítrico através de estimulação sexual para ter ereção.

Se o paciente tomar um comprimido de Viagra e se dedicar a uma atividade entediante ou estressante, como escrever um relatório para o chefe no trabalho, dificilmente terá uma ereção!

Entretanto, ninguém explica isso em relação ao antidepressivo.

Porque o mecanismo é o mesmo.

É necessário viver situações alegres, fazer coisas agradáveis que proporcionam prazer para derrotar a depressão.

O remédio somente ajudará a sustentar aquelas sensações agradáveis por mais tempo.

Ele não criará as sensações para o paciente.

Assim como o Viagra não cria excitação.

Por isso, normalmente os psiquiatras aconselham que a pessoa com depressão tome remédio, mas faça terapia, para aprender a lidar com as causas da depressão, encontrando caminhos para superá-la, para modificar as situações e principalmente, mudar a forma de lidar com as dificuldades.

Quem toma antidepressivo e não entende isso, deposita todas as esperanças no remédio e cruza os braços acreditando que não precisa fazer mais nada, só esperar a medicação fazer efeito… e não é assim que funciona.

Então, deixo uma reflexão a você:

O que te dá prazer?

Praticar um esporte?

Encontrar os amigos pra bater papo?

Dançar?

Ajudar o próximo num trabalho voluntário?

Cada pessoa tem a sua maneira de ser feliz.

Descubra a sua e invista nisso.

Se a tristeza te esmaga sem piedade, comece pequeno. Crie pequeninos

momentos de satisfação e movimento que, com o tempo, a paisagem se transforma.

A depressão não é frescura como os ignorantes afirmam.

Mas pode e deve ser tratada.

O remédio irá te auxiliar, mas não deixe de fazer a sua parte!

 

Fonte: https://institutohayslamnicacio.com.br/blog/

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Um pouquinho de ciúmes no relacionamento é bom? https://clinicapsicologiaonline.com.br/terapia-casal/um-pouquinho-de-ciumes-no-relacionamento-e-bom/ Thu, 16 Sep 2021 16:56:22 +0000 https://clinicapsicologiaonline.com.br/?p=15390 Um pouquinho de ciúmes no relacionamento é bom? Leia mais »

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(1) Eu não confio em você

(2) Eu sou inseguro

Ciúmes no Relacionamento

 

Já atendi pessoas extremamente ciumentas, que vasculhavam celular, que vigiavam quem era adicionado e quem curtia foto em redes sociais, que cheiravam as roupas pra perceber se tinha algum perfume que não devia estar ali e por aí vai…

Sempre que eu lido com esse tipo de situação eu pergunto: “Mas ele já deu
algum motivo pra essa desconfiança? Já teve alguma mensagem suspeita, ou conversinha no celular comprometedora? Ele já pulou a cerca e foi pego no flagra?” Normalmente a resposta é não.

Então por que tanta fiscalização com uma pessoa que nunca deu motivo?
Nesses casos temos uma situação de insegurança, de baixa autoestima, de
complexo de inferioridade.

A pessoa é assombrada por um medo constante de perder o outro pra uma rival mais qualificada.

Um pensamento muito comum em situações assim é: “Por que ele ou ela está comigo? Eu não tenho nada demais.

Por que alguém se interessaria por mim?” É o complexo de inferioridade falando.

Com isso, fica-se sempre na expectativa de ser trocado a qualquer momento por um candidato mais interessante.

É muito comum a gente encontrar uma história de abandono ou de rejeição no passado dessas pessoas.

Alguém que estava sempre em segundo plano, sempre na sombra de outra.

Mas existe também o comportamento de controle e fiscalização originado de uma quebra de confiança.

Uma vez que essa confiança é traída cria-se um pequeno (ou grande) trauma.

A fala do outro perde credibilidade e reconquistá-la é um processo lento e difícil na maioria dos casos.

Então são os casos em que a pessoa não tinha esses comportamentos de
desconfiança no passado e agora passa a ter.

Desenvolve uma necessidade de controle que não era algo presente nos relacionamentos anteriores, não era uma característica da pessoa.

Então ciúmes é isso.

Ciúmes tem origem na desconfiança ou na insegurança.

Por isso eu questiono: Quanto de “eu não confio em você” ou “eu sou inseguro” um relacionamento precisa? A minha resposta é ZERO!
Por que as pessoas dizem que um pouquinho de ciúmes no relacionamento é bom? Pra mim, elas confundem o significado de ciúmes com o significado de cuidado.

Um relacionamento precisa de CUIDADO, de PRUDÊNCIA.

É diferente.

No relacionamento com colegas de trabalho, com o chefe, com amigos é muito importante observar alguns cuidados na construção de intimidade, porque intimidade é a base do surgimento de sentimentos amorosos.

No consultório, as situações mais comuns de envolvimento extraconjugal que atendo é com colegas de trabalho, principalmente entre chefe e subordinada, e com amigos do marido, no caso específico das mulheres.

Daí a necessidade de prudência, de manter uma distância de segurança.

Eu costumo comparar essa situação com a gravidade dos planetas.

As pessoas são como planetas com gravidade.

Se você chega perto demais, o campo gravitacional te captura.

E uma vez que você entra no campo de outra pessoa, ou seja, se envolve, começa um relacionamento, pra sair é um custo.

Observe o foguete da NASA. Em termos de escala ele é um palito na Terra.

E olha quanto combustível ele queima, a dificuldade que é pra ele sair do campo gravitacional do planeta.

As pessoas que chegam no meu consultório nessa situação, capturadas pelo
campo de outrem, sofrem terrivelmente com pensamento fixo, uma obsessão mental em torno do outro que as impedem de pensar em qualquer outra coisa.

Chegam queixando que estão há dias sem dormir, sem conseguir trabalhar,
sem conseguir pensar em mais nada.

Sem foco, sem concentração, porque entraram no campo e não conseguem sair.

Fecham os olhos de noite e o sono não vem.

Ficam olhando o celular de três em três minutos pra ver se tem alguma mensagem nova.

Isso praticamente decreta o fim do relacionamento atual.

O amante ocupa tanto espaço mental que não sobra energia pra mais nada.

Então eu costumo dizer, de campo você não sai, na verdade, você não entra.

É igual droga.

A melhor forma de não ter problema com droga é não usando, porque
depois que vicia é muito difícil parar.

Depois que entra no campo, pra sair é uma tarefa árdua.

Por isso tem que ter cuidado, prudência.

Manter uma distância de segurança.

Não criar intimidade demais.

Agora, esse é o grande desafio dos casais.

Diferenciar ciúmes de cuidado.

Quando é ciúmes? Quando é cuidado? O problema é que muitas vezes essa é uma resposta que depende do bom senso.

E bom senso cada um tem o seu.

A pessoa que está sendo imprudente vai dizer que a outra é ciumenta.

Ou seja, vai dizer que está tudo bem, vai mandar parar com aqueles chiliques de ciúmes.

Vai defender o seu lado.

A pessoa que é ciumenta vai dizer que só está tendo cuidado.

Que aquela proibição sem nexo é legítima, é normal.

Vai defender o seu lado também.

Esse é o grande desafio.

Pra ajudar nessa situação pode ser interessante procurar uma terceira pessoa.

Uma pessoa neutra.

Pedir ajuda pra um psicólogo.

Senão fica aquele embate sem fim, cada um acreditando estar com a razão e não se chega a lugar algum.

Então a quantidade de ciúmes é zero.

Mas cuidado sim. Prudência.

Não brincar com fogo.

Se ficar dando trela demais acaba se envolvendo e aí só Deus pra dar conta…

 

Fonte: https://institutohayslamnicacio.com.br/blog/

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Filhos que não amadurecem https://clinicapsicologiaonline.com.br/terapia-infantil/filhos-que-nao-amadurecem/ Thu, 16 Sep 2021 16:51:57 +0000 https://clinicapsicologiaonline.com.br/?p=15387 Filhos que não amadurecem Leia mais »

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Como assim?

Ao iniciar o seu desenvolvimento, ainda na condição de pequenina mudinha, formigas podem cortá-la, pessoas podem pisá-la e a enxurrada da chuva pode arrancá-la do solo sem piedade.

Por isso, para aumentar sua chance de sobrevivência, ela precisa ser plantada em um vaso. Dessa forma, ela poderá crescer protegida de todas essas ameaças, ser regada, adubada, colocada ao sol, longe dos perigos do solo selvagem.

Tomemos como exemplo uma planta da espécie sequoia. A sequoia é uma árvore que pode atingir até oitenta metros de altura. Isso equivale mais ou menos a um prédio de trinta andares!

Toda essa grandiosidade começa na mudinha frágil de apenas alguns centímetros.

Mas, centímetro a centímetro, vamos imaginar que a nossa árvore já alcançou três metros de altura. Algumas formigas e a pisadela dos homens já não representam mais ameaças à sua vida. É hora de transferi-la para o solo permitindo a continuidade do seu crescimento.

Se isso não acontece, elas não crescem, suas raízes não têm pra onde expandir e seu desenvolvimento é inibido. Criamos uma espécie de bonsai. Bonsais são plantas nanicas, que poderiam atingir vários metros de altura, mas que não passam de alguns centímetros, exatamente porque são cultivadas em pequenos vasos, sem possibilidade de expansão das raízes. Quanto menor o vaso, menor o tamanho da planta…

Vamos compreender a representação da analogia.

A casa dos pais, com toda a sua segurança e cuidados, representa o vaso. Os filhos simbolizam a árvore.

O vaso é extremamente benéfico e necessário até certo ponto do desenvolvimento, após um determinado período ele pode deixar de ser positivo e tornar-se prejudicial.

Muitos pais não incentivam seus filhos a saírem de casa para o mundo, serem independentes e responsáveis, com medo do que lhes pode acontecer, e fazem de tudo para que eles permaneçam debaixo de suas asas, pelo máximo de tempo que eles puderem manter, acreditando que isso é para o seu bem, para sua proteção.

Mas esse é o paradoxo do vaso, ao mesmo tempo que ele protege, ele inibe o desenvolvimento.

Os filhos que não são transferidos para o solo da Natureza, ou seja, que não saem de casa para encarar os desafios do mundo, em geral, ficam prejudicados no seu desenvolvimento, apresentando comportamentos de imaturidade e insegurança.

Lembro-me de uma situação muito curiosa que vivi há precisamente quinze anos. Saí de casa com dezesseis anos de idade, comecei a trabalhar de carteira assinada com vinte três e comprei meu primeiro apartamento com vinte cinco.

Ao adquirir esse imóvel resolvi reformá-lo por completo. O que me deu muito trabalho e dor de cabeça.

Um dia, cheguei no hospital psiquiátrico onde trabalhava e desabafei com um colega acerca da situação. Ele tinha a minha idade. Comentei sobre o trabalho que estava tendo com os pedreiros e com a reforma em geral e ele não acreditou. “Você mesmo está reformando seu apartamento? Escolhendo as cerâmicas e comprando os materiais?”. “Sim, sou eu. Por quê?”, questionei. E ele soltou um “Que legal!” entusiasmado. Compreendi que, para ele, aquilo era muito maduro da minha parte.

Por que ele pensava assim? Bem, ele morava com os pais…

Na minha casa somos três irmãos. O mais velho e o do meio saíram de casa com dezoito anos e eu, como disse anteriormente, com dezesseis.

Certa vez, fui visitar meus pais em minha terra natal e, andando com minha mãe no centro da cidade, ela foi abordada por uma amiga e ali começou um diálogo que ficou registrado na minha memória.

“Graça, Graça! Todos os seus filhos já saíram de casa! Como você aguenta?”

Ao que minha mãe respondeu de uma forma muito interessante:

“O amor separa as pessoas. O que une é o ódio”.

Ela quis dizer com isso que o amor liberta, não prende, concede às pessoas a oportunidade de serem elas mesmas e fazerem o que quiserem. O ódio une no sentido de prisão. Uma pessoa odiosa não para de pensar no seu inimigo, acorrentando-se dessa forma àquele que tanto detesta.

Mas o que ficou ecoando na acústica da minha memória foi a primeira sentença, “o amor separa as pessoas”.

Ao longo da minha vida trabalhando como psicólogo tenho visto tantos e tantos pais que não suportam essa “separação”. Prendem-se aos filhos num relacionamento carregado de medo, ansiedade, dependência emocional e exigências de toda a sorte.

Muitos não vão gostar do que vou dizer agora, mas tenho visto que, aqueles filhos que conseguem sair de casa, muitas vezes visitam os pais com frequência movidos mais pela culpa do que pelo amor. É tanta cobrança, é tanta ameaça e manipulação emocional por parte dos pais que, ai do filho que não for visita-los toda semana.

Gosto da ideia de os filhos saírem de casa literalmente, para lançaram-se nas experiências do mundo construindo suas próprias identidades e aprendizados.

Mas podemos compreender o “sair de casa” simbólico, ou seja, não necessariamente a saída física, mas um sair psicológico. Isso significa continuar morando com os pais, mas com um alto grau de independência emocional e comportamental. Ser capaz de tomar suas próprias decisões e fazer as próprias escolhas. É possível conciliar as duas situações? Sim, mas com um grau maior de dificuldade se comparado com a saída física, literal.

Convivendo diariamente com os filhos adultos os pais tendem a interferir para lá da órbita do direito que lhes é devido. Com isso, os filhos se tornam pessoas inseguras e inaptas, porque não se acostumam com o exercício de sustentar as próprias decisões, de serem responsáveis pelos erros e acertos, tendo sempre que recorrer à aprovação dos genitores no momento de decidirem sobre as mais comezinhas questões da vida.

É preciso muito amor para deixar um filho ir. Infelizmente, a nossa caminhada na compreensão e vivência real desse sentimento é longa, e mal começamos. Quase sempre, o que é interpretado como amor, não passa de apego. As próprias necessidades, carências e exigências egoísticas são colocadas acima do bem-estar do próprio filho, da sua necessidade de independência e liberdade.

Muitos pais, ao lerem este texto, pensarão consigo mesmos: “Isso não se aplica a mim… Meu filho mora comigo, mas eu não o impeço de ir. Eu o amo intensamente e só quero o seu bem, por isso que eu lavo suas roupas, arrumo sua cama, dou dinheiro quando ele precisa, empresto o carro e ponho gasolina. É amor!”. Sim, amor e também uma forma muito inteligente de aprisioná-lo sem correntes… Apenas cortando-lhe as asas… Como ele desejará sair para o mundo buscando viver as experiências exigentes e desafiadoras da vida se é incapaz de fritar um ovo?

Deixar os filhos dependentes desses cuidados é uma estratégia largamente utilizada pelos pais que, muito sutilmente, garantem a sua permanência no ambiente doméstico. O preço? Filhos imaturos, inseguros, ansiosos e incapazes de tomarem as próprias decisões.

Poderíamos viver numa sociedade à semelhança da floresta amazônica, cheia de árvores majestosas e frondosas, com grande variedade de força e beleza, mas, infelizmente, no círculo em que transitamos, parece que estamos andando em meio a simples loja de bonsais.

 

Fonte: https://institutohayslamnicacio.com.br/blog/

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